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Quanto vale o seu imóvel?
Quando se trata de precificar um imóvel, nem sempre é uma tarefa fácil e instantânea – principalmente quando ele é nosso ou quando temos algum apego sentimental por ele. Existem muitos fatores que irão determinar qual é o preço ideal daquele imóvel, mas preciso lhe dizer: quem dá o preço do imóvel é o mercado, não você. Evidentemente, não somos obrigados a aceitar qualquer oferta e nem vender pelo preço que o mercado está pagando – entenda que mercado = percepção de valor das pessoas naquele momento.
Neste contexto, antes de qualquer coisa, é importante que você se faça algumas perguntas: Você está com pressa em vender? Um imóvel igual ao seu no mesmo prédio, bairro, andar, está custando quanto? Seu imóvel é novo? Está reformado ou é antigo? Qual andar ele fica? Qual é a vocação do imóvel: investimento ou moradia? Qual é o potencial de rentabilidade? Qual é o valor do metro quadrado? Enfim, essas são algumas perguntas que você deve se fazer.
Ainda assim, por mais que existam essas métricas de valor de metro quadrado, preço de mercado, por exemplo, o valor de um imóvel pode ser subjetivo de acordo com vários outros fatores: seu imóvel tem uma vista bonita da cidade ou vista para o mar?
Imagina que você tem dois imóveis iguaizinhos, só que um é de frente para o mar e o outro tem vista para os fundos, qual você acha que vale mais? Não precisa nem fazer muito esforço para deduzir que aquele que tem vista para o mar carrega um valor maior do que daquele que tem vista para os fundos.
Vamos a um outro exemplo bem evidente dessa subjetividade.
Em São Paulo existe, dentre vários projetos do mesmo arquiteto, Oscar Niemeyer, um prédio famosíssimo: o Edifício Copan. Tão conhecido, que mesmo você que talvez more em outra cidade, já deve ter ouvido falar. São mais de 1100 unidades dispostas em 35 andares que se distribuem harmoniosamente por um desenho ondulado bem peculiar. Não é um prédio de alto padrão, porém existem diversos tipos de plantas, tamanhos e designs.
Imagina o mesmo tipo de apartamento, a mesma planta idêntica, mas um deles está no primeiro andar, e o outro no último, só que com uma vista incrível do skyline da cidade. Obviamente que o último tem mais valor percebido do que aquele que está no primeiro. De todo modo, ambos terão embutido no seu preço o nome do famoso arquiteto, o que irá conferir àquelas propriedades em si, um preço muitas vezes maior do que outros imóveis semelhantes ou até maiores na mesma região.
Sendo assim, todo imóvel, mesmo tendo outros semelhantes no mesmo prédio ou região, é único em sua essência, seja porque bate o sol da manhã, seja pela vista, pelo andar e outras tantas coisas que podem rechear ou emagrecer o valor percebido que as pessoas possam ter dele.
No final das contas, se alguém está disposto a pagar pelo preço que você está pedindo, é isso que vale. O desafio é encontrar o melhor timming para que essa transação aconteça, e para isso, a pressa será uma grande inimiga nesse processo.